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Dionísio Cerqueira: acusados de desviar R$ 6 milhões em horas extras são absolvidos

22/11/2024 10:50



Em 2015, quatro pessoas foram presas e acusadas de envolvimento em fraudes que teriam causado um prejuízo estimado de R$ 6 milhões aos cofres públicos. Após 9 anos, todos os acusados foram absolvidos

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Dionísio Cerqueira, 21 de novembro de 2024 - Em 2015, a operação “Última Hora” ganhou repercussão nacional ao investigar um esquema de pagamento indevido de horas extras a servidores municipais em Dionísio Cerqueira. Na época, quatro pessoas foram presas e acusadas de envolvimento em fraudes que teriam causado um prejuízo estimado de R$ 6 milhões aos cofres públicos. Após 9 anos, todos os acusados foram absolvidos.

Na última terça-feira, dia 19, a absolvição foi anunciada em uma coletiva de imprensa realizada no auditório do Hotel Iguaçu em Dionísio Cerquira. Estavam presentes o ex-prefeito Altair Rittes (PT), os ex-secretários João Carlos Stahl e Marilene Limberger, além do advogado de defesa, Adilson Pandolfo. Amigos e simpatizantes também compareceram. O advogado Adilson Pandolfo destacou que os nove anos de processo foram um “calvário”, mas que o trabalho árduo provou a inexistência de irregularidades. Segundo ele, os desembargadores decidiram, por unanimidade, acolher os recursos apresentados pelos réus e julgar improcedente a ação de improbidade administrativa, absolvendo todos os acusados.

Em contato com a advogada de defesa do Ex- prefeito Altair Rittes, Dra. Marcela Silvestre Rittes, ela informou que seu cliente foi absolvido ainda em primeiro grau, que a justiça acolheu suas teses de defesa e o Ministério Público não recorreu dessa decisão, razão pela qual Altair Rittes já não estava mais no processo desde a data da sentença, já que o Ministério Público decidiu recorrer somente dos demais réus.

RELEMBRE O CASO:

A operação, conduzida pela Polícia Civil em julho de 2015, investigou fraudes no pagamento de horas extras a cerca de 20 servidores municipais. Em alguns casos, os valores dobravam os salários dos beneficiados. Quatro pessoas foram presas temporariamente, incluindo o secretário de saúde, a diretora do hospital, a secretária de assistência social e um servidor do setor de compras e licitações da prefeitura. O então prefeito Altair Rittes (PT), chegou a ser afastado do cargo por cinco dias, mas reassumiu posteriormente.

DECLARAÇÕES:

Altair Rittes, absolvido já em primeira instância, desabafou durante a coletiva: “Todos os envolvidos foram tratados com muita injustiça. Foi um momento de grande dor, sabendo que tantas pessoas duvidaram do nosso caráter. Agora, é uma alegria imensa ver que a verdade veio à tona.” Questionado sobre possíveis pretensões políticas, Rittes afirmou que se sente grato por ter sido prefeito por quatro mandatos, mas que, no momento, deseja aproveitar a família e os netos.

A ex-secretária de Assistência Social, Marilene Limberger, relembrou o trauma vivido: “Fomos tratados como marginais. Revistaram minha casa e perguntavam onde estava o dinheiro, onde estava a droga. Foi uma vergonha para mim e minha família, mas, graças a Deus, nossa inocência foi provada.” Já o ex-secretário de Saúde, João Carlos Stahl, também demonstrou felicidade pela absolvição, mas lamentou os danos à sua imagem: “Minha reputação foi destruída na época, mas agora a justiça foi feita. Agradeço aos advogados e a todos que acreditaram em mim.”

POSSÍVEL AÇÃO CONTRA O ESTADO:

Questionado sobre uma eventual ação contra o Estado por danos morais e materiais, o advogado Adilson Pandolfo afirmou que analisará a situação antes de qualquer decisão, mas não descartou a possibilidade.