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Policial

Ex-prefeito é preso suspeito de matar esposa em quarto de hotel

04/09/2023 17:12



Fúlvio Luciano Serafin foi detido junto com o motorista do casal; Juliana Rua morreu por traumatismo craniano e asfixia mecânica

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O ex-prefeito de Catuji Fúlvio Luciano Serafim foi preso sob suspeita de ter assassinado a esposa em um quarto de hotel na cidade de Colatina, no interior do Espírito Santo. Juliana Rua, de 39 anos, foi encontrada desacordada no quarto do hotel onde estava com Fúlvio. A médica foi atendida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que constatou a morte da vítima.

O serviço de resgate foi chamado após Fúlvio se dirigir à recepção do hotel e comunicar que a mulher não havia acordado. De acordo com o boletim de ocorrência, o cenário encontrado pelos peritos foi o quarto toda revirado, sangue nas roupas de cama e a médica toda machucada, o quarto do casal tinha remédios espalhados pelo chão. Juliana foi encontrada com marcas de estrangulamento e cortes na cabeça.

Consta ainda no documento que os peritos encontraram vidros de remédios quebrados e a janela do quarto onde o casal estava aberta, o que levou os profissionais a verificaram se havia sido jogado para fora do espaço. Os peritos encontraram, então, um medicamento de uso controlado, indicado como agente anestésico único para procedimentos cirúrgicos e diagnósticos que não necessitem de relaxamento muscular esquelético no estacionamento do hotel, exatamente embaixo do quarto do casal.

No atestado de óbito da médica, as causas da morte apontadas são: Hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue); asfixia mecânica; broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória) e traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral)

A Polícia Civil, que colheu depoimentos de Fúlvio e do motorista do casal, encontrou inconsistências nos relatos e decretou a prisão preventiva de ambos. Segundo a Polícia Militar, o marido da mulher e o motorista do casal foram encaminhados à Delegacia Regional de Colatina.

Uma equipe da Policia Militar foi acionada para verificar a informação de que teria acontecido um homicídio nas dependências do hotel. Quando os policiais chegaram ao local, o gerente do estabelecimento disse aos militares que havia uma hóspede em um quarto com o marido e, em outro quarto, estava o motorista do casal. Segundo o relato aos policiais, o gerente do hotel disse que, durante a madrugada, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça no quarto do casal. Já pela manhã, Fúlvio compareceu à recepção do estabelecimento, bastante alterado, querendo pagar a conta, alegando que a esposa estava passando mal e teria desmaiado. Neste momento, foi feito contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito no local.

Consta no documento que um agente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina compareceu ao local do fato para realizar as diligências. Ao questionar Fúlvio sobre o que teria acontecido dentro do quarto, o esposo relatou que a médica teria passado por um procedimento cirúrgico em um hospital particular da cidade na sexta-feira (1º), e que, após isso, os dois teriam ido a uma churrascaria. Segundo o esposo de Juliana, ela estava feliz e ambos foram dormir às 20h.

O marido da médica ainda relatou que, quando acordou por volta de 8h de sábado, encontrou a esposa desmaiada na cama, possivelmente já morta, e foi orientado pelo Samu a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.

Em contrapartida, o motorista do casal relatou uma versão diferente, no qual teria sido chamado pelo marido de Juliana para ir ao quarto onde os dois estavam hospedados, pois a médica havia caído no banheiro e precisava de ajuda.

Os dois homens foram presos em flagrante. O marido de Juliana, Fulvio Luziano Serafim, foi autuado por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicidio). Já o motorista do casal, que não teve a identidade revelada, foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.

Juliana era médica em Teófilo Otoni e o pai dela, Samir El-Aouar, é ex-prefeito da cidade e atua na mesma profissão. A família afirmou que a médica confessou que havia algum tempo que Fúlvio havia mudado após o casamento, tornando-se um homem agressivo e que batia em Juliana.

O pai da vítima, Samir El-Aouar, esteve no velório e sepultamento da filha, neste domingo, no município mineiro de Teófilo Otoni. Ele é ex-prefeito e ex-vereador do município, onde também atua como médico e cirurgião.

Emocionado, Samir disse que a filha foi torturada até a morte. O pai de Juliana disse ainda que a filha estava vivendo um relacionamento conturbado há algum tempo.

"Ele [Fúlvio] já vinha batendo nela algumas vezes, dizendo que ela tinha caído dentro de casa, todo dia um olho roxo, uma cicatriz de sete centímetros na região frontal. Tudo isso já vinha acontecendo e ela querendo sair do casamento, e ele ameaçando para ela não sair, ele não aceitava a separação", explicou Samir.