30/06/2023 02:53

Até que enfim! Sexta Feira!! Hoje é dia de colocar fogo na churrasqueira, arrumar o som e tomar aquela geladinha. Uns vão para balada, saem com os amigos para tomar aquela cervejinha…  Sabe o que isso me lembrou? Aqueles típicos encontros de sexta feira; você e seus amigos chegam ao bar, sentam-se todos pedem a cerveja e uma porção de qualquer coisa pra enrolar a barriga (Se alguém pedir salsicha ou linguiça vai ser gozado. A frase ficou estranha e alguém vai comentar que segundo as regras de gramática atuais "Não trema na linguiça!"), e um dos seus amigos vai logo dando uma olhada no bar pra ver se tem gente bonita…

Fase 1- Chega à cerveja e o petisco, nós começamos logo a beber e nos animar, iniciamos uma conversa sobre futebol, mulheres, trabalho… todos com um papo descolado, altas risadas, as pessoas nem reparam em quem são aqueles…

Fase 2- Depois do momento light, onde se tem aquela conversa besta de dia a dia, começa o momento intelectual. Chegam mais cervejas na mesa e logo todos enchem seus copos, sempre alguém vai dar uma de nerd, e começa a falar sobre política, criminalidade no país ou sobre o seu Blog, como todos os outros já estão eufóricos, entram no assunto e logo já estão berrando e debatendo sobre política.

Fase 3 – Aqui todos já estão visivelmente bêbados, e o mais eufórico começa a berrar pro garçom trazer mais uma, duas, três garrafas, enfim, essa é a fase onde todos arranjam dinheiro do fundo das cuecas e pedem mil e uma garrafas de cerveja. E ai de quem olhar atravessado pra um bêbado na fase três, vai logo escutar um “Tá olhando o quê?” e depois vem à chuva de palavrões, geralmente o bêbado vai partir pra cima, seja pra dar uma de valentão ou pra se escorar.

Fase 4 – Essa é a fase mais deprimente! O bar começa a tocar uma música antiga, todos os amigos (bêbados obviamente) estão abraçados cantando a música e chorando, atraindo a atenção de todos no recinto. Depois que a música acaba em lágrimas um vai dizer pro outro coisas do tipo: “Eu te amo porra!” , “Tu é um amigo muito foda!”

Fase 5 – Depois da choradeira, todos estão dormindo e roncando na mesa do bar, e o pior de tudo, não foram no banheiro o que significa que estão fedendo a xixi, e algum espertinho já roubou suas carteiras na esperança de encontrar algo além de cartões de visita do mecânico, e pra surpresa do meliante, manicure.

Fase 6  - você está sendo levado pra casa pelo dono do bar,  que de tanto te levar em casa já se considera intimo da sua esposa. Provavelmente não sabe nada que está acontecendo e só vê vultos que você tenta acertar com chutes e pontapés. No caminho abraça no mínimo 3 postes jurando que estavam te dando mole, faz centenas de declarações de amor pra quem passar na rua.

Fase 7 – Acorda com uma ressaca de matar, todo trocado e deitado em sua cama. Não sabe como veio parar ali, mal sabe com quem saiu na noite passada. Confere as calças e procura a carteira, quando não encontra coloca logo a mão na retaguarda pra confirmar a integridade. Chama todos da casa pra se reunirem na sala e tortura psicologicamente os filhos pra que coloquem na cabeça de sua mulher que não deve brigar.

Fase 8 – Vai dormir, pois está com muita dor de cabeça, não toma o café da manhã e se esquece da promessa que fez ao filho de levá-lo no parque esta noite. Acordará provavelmente só na segunda feira.

Escrevendo isso me bateu uma saudade dos velhos e bons tempos de Barracão, Dionísio e também Santo Antônio do Sudoeste. Grandes noitadas, grandes bares e grandes ressacas. A vida segue e agora só nos resta a lembrança de que um dia realmente fomos felizes.

FONTE: Minha memória.

AUTOR: VILMAR BITENCOURT
Jornalista

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