19/06/2024 15:20
MPPR e Polícia Civil cumprem 92 ordens judiciais em investigação que apura distribuição de drogas por organização criminosa
O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Francisco Beltrão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 6ª Promotoria de Justiça de Toledo, e a Polícia Civil do Estado do Paraná, a partir do Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc) de Pato Branco, cumpriram nesta quarta-feira, 19 de junho de 2024, 92 ordens judiciais na segunda fase da Operação Carga Fria, que apura organização criminosa com atuação na distribuição de drogas do Paraná para Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os mandados, que incluem 11 de prisão preventiva, foram expedidos pela Vara Criminal de Toledo e cumpridos simultaneamente em cinco estados – Paraná (Toledo, Cascavel, Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon, Capitão Leônidas Marques e Capanema), Rio de Janeiro (capital), São Paulo (capital), Minas Gerias (Ribeirão das Neves) e Santa Catarina (Balneário Camboriú).
Além das prisões, também foram cumpridas ordens de bloqueio de bens móveis e imóveis e ativos financeiros de 24 pessoas e 13 empresas, bem como imposto o sequestro de 17 veículos, entre caminhões e carros. Prestaram apoio ao cumprimento dos mandados as Polícias Civil do Rio de Janeiro e Minas Gerais, a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, o Gaeco do MP de Santa Catarina, a Polícia Federal e o Centro Integrado de Operações de Fronteira de Foz do Iguaçu.
Investigação – As apurações tiveram início em março de 2023 com a apreensão de quase duas toneladas de maconha em um fundo falso de um caminhão frigorífico. Após a ação, identificado o local onde a droga seria armazenada e durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, a Polícia Civil do Paraná localizou um segundo caminhão frigorífico com fundo falso com grande quantidade de munição de fuzil e um “bunker”, instalado sob um chiqueiro de porcos, no município de Toledo.
As investigações apontaram que a distribuição dos entorpecentes era feita a partir de caminhões carregados com cargas frigorificadas, sendo a estratégia escolhida pela dificuldade de fiscalização destas, uma vez que o rompimento do lacre pode comprometer o produto armazenado.
Lavagem de dinheiro – Os valores obtidos com o comércio dos entorpecentes era mascarado a partir da aquisição de bens móveis, imóveis e ouro. Os chefes da organização criminosa ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas de alto padrão, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos. Em quatro anos, a organização movimentou mais de R$ 100 milhões por meio de valores em espécie e transações bancárias feitas em contas de “laranjas” e testas de ferros – muitas delas empresas de fachada criadas apenas para movimentar o dinheiro resultante da atividade criminosa.
Entre os investigados está um policial civil do Estado de São Paulo, afastado na primeira fase da Operação e que teve a prisão preventiva decretada nesta segunda fase das investigações. Um dos alvos desta etapa é um jornalista ,proprietário de um jornal digital no Rio de Janeiro, suspeito de ser o responsável pela contabilidade e gerência das contas bancárias do esquema criminoso.