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Nei Brazilien - Novo Brasil

19/08/2023 07:27

PAULO ADEMIR BRAUN


O sonho de ser brasileiro, morreu de fome e frio, em luxemburgo.

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                                 Nei Brazilien - Novo Brasil

O ano era 1828. Luxemburgo estava sob o domínio da Holanda e da miséria. Havia pouco tempo que tinha acabado a guerra nopoleonica. Os tempos eram extremamente difíceis nestas paragens. A guerra contra Napoleão teve grandes confrontos nesta região, deixando uma terra arrasada. O clima fez da decada dos anos 1820/30 a pior década que eu encontrei registro. Nessa época em Luxemburgo, hoje país mais rico do mundo, se morria de fome e frio. Nessa época havia um acordo entre o Brasil e a Holanda, que permitia aos Luxemburgueses emigrar para o Brasil. Um terço da população foi embora. 50 mil para os Estados Unidos e 30 mil, para o Brasil. Ao comprar passagem ganhavam o direito a uma colônia(242 mil M2) de terra.

Nessa terra arrasada pela guerra, um grupo de aproximadamente 100 pessoas vendeu tudo o que restava, para fugir da fome e migrar para o Brasil, a terra prometida do futuro. Quando chegaram a Bremen, a 500 km, o imperador do Brasil, D. Pedro I, fechou as fronteiras à navegação estrangeira. Acabaram tendo que voltar muito mais pobres ainda. Até sem ter pra onde voltar. O governo luxemburguês interveio e fez um acentamento que deram o nome de Nei Brazilien. Construíram casa com tábuas brutas. Sem recursos, enfrentaram os dois(1829/30) piores anos da história de luxemburgo. Muita chuva no verão e frio, no longo inverno. Em 1830 foi o pior inverno que se tem registro: -6,6 graus a média da temperatura. Muitos morreram de fome e os que não morreram pra tentar se salvar, invadiam propriedades pra roubar qualquer coisa que lhes diminuísse a fome. Criou-se o estigma de que os Nei Braziliens eram sinônimos de ladrão. A poucos anos morreu o último descendente destes deserdados da posse. Ele odiava ser chamado de novo brasileiro, o mesmo que ladrão ou miserável. Evitava qualquer ligação ou alusão a um passado tão ingrato.

Até o próprio povoadinho trocou de nome. Só diminuiu de lá pra cá. Deste povoamento só existe o centro social como lembrança desta época tão difícil. Mas também é gratificante, que neste local, lindo por sinal, com essa história decepcionante, foi construída uma escola e uma colônia de férias, com infraestrutura impecável. Para guardar essa memória, deram o nome de Campus Nei Brazilien.

Obs: meu trisavô, Johann Zimmer, migrou para o Brasil com a esposa e 6 filhos 30 anos mais tarde, também fugindo da miséria. Mas conseguiu chegar ao Brasil, se instalar e sobreviver. Já conseguimos identificar mais de 5 mil descendentes do casal Zimmer. Mais uma vez não posso deixar de fazer conjecturas sobre o que poderia ter acontecido. Quantos descendentes destes luxemburgueses poderiam existir, se esse inconsequente D. Pedro I, não tivesse o poder de frustrar a existência de milhares de pessoas?





Ademir