Mídia Sudoeste

Paraná sediará banco brasileiro de antígenos e vacinas contra febre aftosa

Tecpar ficará responsável por estoque estratégico para resposta rápida a surtos da doença no país

O Ministério da Agricultura e Pecuária anunciou nesta quinta-feira, 18 de dezembro, que o Paraná será responsável pela criação do primeiro banco brasileiro de antígenos e vacinas contra a febre aftosa. A iniciativa será conduzida pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em parceria com o governo federal, e tem como objetivo garantir resposta rápida em caso de eventual surto da doença em território nacional.

Pelo projeto inédito, o Tecpar passará a manter um estoque estratégico de insumos que permitirá a disponibilização de vacinas em até 72 horas ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para uso emergencial em qualquer região do país. O contrato firmado em Brasília tem validade de dez anos e prevê a manutenção de 10 milhões de doses de antígenos de dois sorotipos do vírus da febre aftosa, além do fornecimento imediato de até 10 milhões de doses de vacina, caso necessário.

Desde 2021, o Paraná é reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação. Em maio de 2025, o Brasil recebeu o mesmo status internacional, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Entre as exigências para essa certificação está justamente a existência de um banco de antígenos e vacinas, capaz de assegurar controle rápido da doença.

De acordo com o diretor-presidente do Tecpar, Eduardo Marafon, a proposta do banco foi idealizada pelo instituto e representa uma contribuição estratégica para a segurança sanitária do país e para a manutenção do status sanitário brasileiro. Já o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou que a medida fortalece a pecuária nacional e amplia o acesso da carne brasileira a mercados internacionais mais exigentes.

Com a assinatura do contrato, o Tecpar passa a ser o único laboratório público do Brasil responsável por um banco de antígenos e vacinas contra a febre aftosa. Para viabilizar o projeto, o instituto conta com parceria tecnológica da empresa argentina Biogenesis Bagó, referência internacional na área e responsável por bancos semelhantes em países como Argentina, Estados Unidos, Canadá, Taiwan e Coreia do Sul.

A criação do banco também evita desperdício, já que os antígenos possuem validade maior que as vacinas prontas, além de permitir a escolha das cepas mais adequadas no momento de um eventual surto. A iniciativa integra a estratégia de fortalecimento da Saúde Única no Brasil e amplia a atuação do Tecpar na produção de insumos e imunizantes veterinários, reforçando a autossuficiência nacional na área de sanidade animal.