19/06/2024 09:11
A ação ocorreu em vários estados do Brasil
A Polícia Civil do Paraná (PCPR), através da Denarc, Núcleo de Pato Branco, e o Ministério Público do Paraná (MPPR), através do Gaeco, núcleo de Francisco Beltrão, com apoio de outras forças policiais, estão nas ruas para cumprir 92 ordens judiciais contra uma organização criminosa, com núcleo estabelecido no oeste do Paraná, responsável por distribuir drogas para os Estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Na primeira fase da operação, denominada “Carga Fria”, deflagrada em agosto de 2023, foram presas 15 pessoas, apreendidas onze armas de fogo e sequestrados aproximadamente 25 milhões de reais em bens móveis, imóveis e dinheiro.
Na segunda fase, estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 7 mandado de medidas cautelares diversas e 29 mandados de buscas e apreensões em endereços ligados aos suspeitos. Além disso, foi determinado o sequestro de 17 veículos, entre caminhões e carros, e o bloqueio de bens móveis, imóveis e ativos financeiros de 24 pessoas e 13 empresas.
A ação acontece simultaneamente em cinco Estados: Paraná (Toledo, Cascavel, Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon, Capitão Leônidas Marques e Capanema), Rio de Janeiro (capital), São Paulo (capital), Minas Gerais (Ribeirão das Neves) e Santa Catarina (Balneário Camboriú).
Com 180 policiais nas ruas, além da PCPR e do MPPR, a operação contou com apoio das Polícias Civil do Rio de Janeiro e Minas Gerais e da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo.
Como um dos alvos pode estar no Paraguai, também participam da Operação a Polícia Federal, através do Núcleo atuante no país vizinho, e o Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF) de Foz do Iguaçu/PR.
INVESTIGAÇÃO - A investigação, de alta complexidade, iniciou em março de 2023, com a apreensão de cerca de duas toneladas de maconha em um fundo falso de caminhão frigorífico.
Com as investigações, identificado um dos locais usados para armazenamento da droga, onde, durante cumprimento de buscas, foi localizado um bunker, sob um chiqueiro de porcos, um segundo caminhão frigorífico com fundo falso, homiziado na mata, além de grande quantidade de munição de fuzil.
A investigação apontou que a droga era retirada da região dos lagos do Itaipu, armazenada em chácaras na região de Toledo/PR, e posteriormente alocada em fundos falsos de caminhões frigoríficos para envio ao destino, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul, entregues a facção nacionalmente instalada.
A escolha de caminhões com cargas frigorificadas advém da dificuldade de fiscalização destas, já que o rompimento do lacre pode comprometer todo o produto.
Durante as investigações, foram apreendidas quase sete toneladas de maconha, avaliadas em cerca de dez milhões de reais.
Entre os investigados, um policial civil do Estado de São Paulo, que foi afastado das funções na primeira fase e nesta foi preso. Ele auxiliava na logística da distribuição e com informações privilegiadas obtidas em razão das funções.
Dias antes da deflagração, dois dos investigados foram alvos de diversos disparos de arma de fogo, na Cidade de Marechal Cândido Rondon. Um deles morreu no local e o outro, o policial civil de São Paulo, ficou gravemente ferido.
As investigações, conduzidas pela polícia civil local, com apoio da equipe da DENARC, apontou que os dois autores também eram alvos desta operação. Eles foram presos em edifício luxuoso, na Cidade de Toledo, para onde mudaram logo após o crime. Segundo apurado, o desacerto entre os membros da organização advém do esfacelamento causado pela Operação Carga Fria, com suspeitas sobre os delatores e disputa de liderança, já que o chefe permanece preso.
Um dos alvos, premiado jornalista no Rio de Janeiro, proprietário de mídia digital, é apontado como responsável pela contabilidade da organização, guarda dos valores e gerência das contas bancárias.
A movimentação milionária do grupo criminoso ocorria através de dinheiro em espécie e de contas bancárias abertas em nome de interpostas pessoas, físicas e jurídicas. Investigações apontam que a organização movimentou, em cerca de quatro anos, mais de cem milhões de reais.
Com o proveito da atividade criminosa os investigados adquiriam bens móveis, imóveis e ouro. Os chefes da organização ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos.