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Servidão

07/08/2023 07:39

PAULO ADEMIR BRAUN


A servidão voluntária é a escravidão moderna. Nos contentamos com o engodo de pensar que alguns tem o direito de escolher a quem servir.

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                                     Servidão 

Só as crenças pautadas em ficções tem o espírito pra virar religião. Nenhuma divindade que tem materialidade sobrevive ao tempo, da mesma forma que não gera engajamento suficiente pra virar religião. Os deuses são quase tão velho quanto os seres humanos. A humanidade já prestou culto a mais de 3 miil deuses, mas nenhum, nem de perto tem o poder do dinheiro, que nada mais é que uma ficção:  um pedaço de papel que atribuímos valor. E que só tem valor porque todos acreditamos que aquele papel colorido tem o valor que confiamos e acreditamos que tem. É um deus invejável estampado num papel e que é aceito por todos. Invejável! Nenhum deus teve essa unanimidade na história da humanidade. É um deus que compra a submissão de quase todos. Quase todos se submetem a quase tudo pelo dinheiro. Esse sim é um milagre.

O comunismo e o socialismo falharam, mas decretar a vitória do capitalismo, com tanta miséria e injustiças existentes, é temerário. Para refletir sobre estas aberrações vamos hoje propôr a reflexão sobre a servidão.

As religiões tem o poder e a cumplicidade por nós levar a aceitar essa condição. As religiões conseguem capitalizar o medo. O capitalismo te dá o trabalho e o segredo que te mantém com medo de perder o trabalho e a segurança. Meritocracia é o verniz que esconde essa ferida ou cicatriz. A mesma cantilena empalamada da livre concorrência, a Santa lei do mercado que leva o pobre coitado, dono da padaria, farmácia ou mercearia, ter a ilusão que o sucesso é a competição. 'Se trabalhar vai conseguir ou merecer'. Não vai! O patrimônio e o poder estão concentrado em menos de 1% da população que vai transferindo aos descendentes. 99% das pessoas vendem a sua 'vida útil', em forma de jornada de trabalho, para essa gente. Vida útil, essa definição irônica parece o capital tirando sarro. As pessoas se vendem porque acreditam no Poderoso dinheiro, ou na cantilena da meritocracia. O capital é 'capital' enquanto permite comprar o necessário. A partir daí é ostentação. Depois da ostentação é só poder e manipulação. E o poder compra tudo. Desde uma gentileza com uma 'despretenciosa' gorjeta, que é a irmã mais humilde da corrupção. E assim o poder flui da gentileza a preferência, prioridade até... A filha do seu Zé cair na prostituição, por aliciamento, ou falta de educação, mas nunca, quem diria, por meritocracia. E nós continuamos repetindo o refrão de bajulação do patrão, que se encanta e se esbalda com a servidão.

A servidão se agiganta quando os servos propagam a cantilena do explorador acreditando que o sucesso depende do seu trabalho e não do relho no retrovisor. Vão discordar de mim. Tudo bem! Não é pra concordar. E só pra pensar na fila de 'bate o cartão'. Ninguém vai seguir meus conselhos, pois 'Narciso acha feio tudo o que não é espelho', C.V.





Ademir