Foi assim que tudo começou. A moça (Nelsi Jung), era de Santa Rosa RS, mudou-se com a família para Palma Sola SC. A primeira pessoa que viu na chegada foi um gaúcho (Arno Adolfo Braun) de São Luiz Gonzaga. A moça vinha carregada de sonhos lindos. Um era especial: ser a minha MÃE. Pra me ter, naquela época, só casando (mãe solteira, nem pensar). Ela escolheu o gaúcho que na época era um rapaz qualquer. Mas hoje é o meu PAI. A coisa mais fantástica que pode acontecer na vida de um rapaz qualquer é uma moça linda, com 17 anos, lhe escolher para ser pai dos seus filhos. Imagina: O universo tem 13,7 bilhões de anos. Passou 10 bilhões de anos, pra gerar o primeiro sinal de vida. Vida simples. Unicelular. Realiza aí! Uma moça linda chega e te propõe fazer umas vidinha, com mui prazer, e com uma cautela: Vida inteligente. Coisa rara no universo.
É o roteiro que me fez forasteiro. Biologia é destino. Os ensaios comessaram no interior de Palma Sola. Lá começou a perigrinção. Mudaram pra cidade. De lá para o Paraná. Pérola do Este, Mundo Novo, Boa Vista até que eu nasci(Ademir), em Planalto. Mudamos para linha São Paulo, Lageado Lindo até chegar no fim da picada, na fronteira, Linha São Mateus em Santo Antônio do sudoeste, quebrado, me chamaram de ade. Ali parecia não ter saída, mas a VIDA que em mim habita, teimava em sobreviver. 18 anos completei. Resolvi sair de casa. 16 de dezembro de 1984, contra a vontade dos pais eu fui fazer o concurso da polícia militar, mas a VIDA, que sempre faz melhores escolhas, me levou para o seminário, onde passei a ser chamado de Paulo. De lá pra cá minha vida foi perambular(procurando pérola). Já morei em tanta casa que nem me lembro mais, mas queria mesmo era voltar a morar com os meus pais. Tentei morar em Santa Rosa RS, Novo Hamburgo, São Leopoldo. De volta a Santo Antônio e Curitiba, já como Paulo Ademir. Estive em todos os estados do Brasil e todos os países da América do Sul, América central e Ásia. Já me chamaram de quase tudo: Paulinho, Paulão, Polaco, Alemão... Depois destas descriminações, hoje Luxemburguês, monsieur Braun, Paulo Ademir. Chique não. Sorte tem quem não acredita nela. Eu na maioria das vezes fiz escolhas erradas mas a vida me apontou alternativa certas.
O Brizola dizia pra ficar atento e não deixar o cavalo passar encilhado. Aprendi a andar a cavalo pra não perder oportunidade. Continuo andando e nas viagens que fiz me procurando, consegui amealhar um patrimônio de amigos e de histórias e que pra continuar aumentando, gostaria de dividir(amealhar= dividir as meias) com vocês. Tive a sorte de ganhar esse espaço, para com frequência encontrar com o povo de Santo Antônio e do Sudoeste. Vou contar histórias daqui de Luxemburgo, da Europa e da trajetória até aqui, na esperança de reunir mais amigos com histórias, sugestões e principalmente críticas. Meu nome é Paulo Ademir Braun, mas podem me chamar como quiserem.