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GERAL

Aquecimento recorde marca o Ártico em 2025

Estudo internacional aponta mudanças aceleradas no clima, nos oceanos, no gelo e nos ecossistemas da região

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Aquecimento recorde marca o Ártico em 2025
Word Meteorological Organization

O Relatório sobre o Ártico 2025 completa 20 anos de publicação em um cenário considerado alarmante por cientistas de todo o mundo. Calor recorde, níveis extremamente baixos de gelo marinho, retração acelerada de geleiras, aquecimento contínuo dos oceanos e eventos climáticos extremos sem precedentes estão entre as principais mudanças registradas em uma região que, até poucas décadas atrás, permanecia seguramente congelada.


Elaborado por 112 cientistas de 13 países, o relatório chega à sua 20ª edição documentando tendências persistentes, recordes sucessivos e desafios emergentes em uma das regiões que mais rapidamente se aquece no planeta. Os dados indicam que o Ártico está aquecendo a uma taxa mais que o dobro da média global desde 2006, com impactos que ultrapassam suas fronteiras e afetam o equilíbrio climático mundial.


O documento é publicado desde 2006 com apoio da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA e conta com a contribuição do Programa de Monitoramento e Avaliação do Ártico (AMAP), que auxilia no processo de revisão científica independente. O relatório também destaca a importância das pesquisas e do monitoramento conduzidos pela comunidade da Organização Meteorológica Mundial, reforçando que o que ocorre no Ártico impacta diretamente o restante do planeta.


Mudanças no ar


Entre outubro de 2024 e setembro de 2025, as temperaturas do ar na superfície do Ártico foram as mais altas registradas desde 1900. Os últimos dez anos figuram como os mais quentes já observados na região. No mesmo período, a precipitação acumulada atingiu um novo recorde, com volumes entre os cinco maiores desde 1950 durante o inverno, a primavera e o outono.


Transformações no oceano


Em março de 2025, o gelo marinho do Ártico alcançou a menor extensão máxima anual em 47 anos de monitoramento por satélite. Já em setembro, foi registrada a décima menor extensão mínima de gelo marinho, sendo que todas as 19 menores marcas ocorreram nos últimos 19 anos. O gelo mais antigo e espesso, com mais de quatro anos, diminuiu em mais de 95% desde a década de 1980, permanecendo praticamente restrito às áreas ao norte da Groenlândia e do Arquipélago Ártico Canadense.


Outro fenômeno em destaque é a atlantificação, caracterizada pela entrada de águas mais quentes e salgadas provenientes do Atlântico em direção ao Oceano Ártico central. Esse processo enfraquece a estratificação das águas, intensifica a transferência de calor, acelera o derretimento do gelo marinho e ameaça padrões de circulação oceânica com influência de longo prazo sobre o clima global.


Impactos em terra


No ambiente terrestre, os efeitos também são expressivos. Entre 2023 e 2024, as geleiras do Ártico escandinavo e de Svalbard registraram a maior perda líquida anual de gelo já observada. Em 2025, a camada de gelo da Groenlândia perdeu cerca de 129 bilhões de toneladas, mantendo a tendência histórica de perda contínua. No Alasca, as geleiras já perderam, em média, 38 metros de espessura vertical desde meados do século XX.


O derretimento acelerado contribui para a elevação constante do nível global do mar, ameaça o abastecimento de água de comunidades do Ártico e aumenta os riscos de inundações, deslizamentos de terra e até tsunamis, colocando em perigo pessoas, infraestrutura e áreas costeiras.


Apesar de uma maior acumulação de neve durante a temporada 2024/25, a extensão da cobertura de neve em junho caiu abaixo do normal, mantendo-se em níveis semelhantes aos dos últimos 15 anos. Atualmente, a cobertura de neve em junho é cerca de metade do que era há seis décadas.


Outro fenômeno preocupante é a chamada “ferrugem dos rios”. Em mais de 200 bacias hidrográficas do Ártico do Alasca, o degelo do permafrost liberou ferro e outros metais, alterando a coloração de rios e córregos e degradando a qualidade da água. O aumento da acidez e a presença de metais tóxicos comprometem habitats aquáticos e reduzem a biodiversidade.


O relatório também aponta a intensificação da “ecologização do Ártico”, observada desde o final da década de 1990. Em 2025, o índice máximo de vegetação verde na tundra foi o terceiro mais alto em 26 anos de registros por satélite, mantendo uma sequência de valores recordes ou próximos a recordes desde 2020.


Ao completar duas décadas, o Relatório sobre o Ártico reforça um alerta global: as transformações em curso na região mais fria do planeta são rápidas, profundas e interligadas ao clima da Terra como um todo, exigindo atenção, cooperação científica e ações concretas de adaptação e mitigação.


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