Esses dias tive uma conversa longa com uma pessoa que buscava uma oportunidade para fazer parte da nossa equipe. Conversamos por mais de uma hora e meia. Escutei, perguntei, observei. Ela já tinha tentado ser motorista, depois vendedora de automóveis, depois funcionária pública. E agora, mais uma vez, estava tentando algo novo.
No meio da conversa, eu identifiquei algo que é muito mais comum do que parece: a inconstância e a volatilidade profissional. E disse a ela, ali mesmo: "um dia vou escrever uma coluna sobre isso".
Pois aqui está.
Ao longo daquele bate-papo, fui me familiarizando com sua história, suas tentativas, suas frustrações. E entendi que ela não é uma pessoa ruim. Longe disso. É uma pessoa boa, mas perdida. Uma pessoa insistente, sim, mas também volátil. E talvez você conheça alguém assim. Ou talvez, seja você.
Volátil é aquela pessoa que começa com tudo. Cheia de gás, como o refrigerante recém-aberto. Faz barulho, espuma, pressão. Mas depois de um tempo, o gás some, a força vai embora e o entusiasmo vira silêncio.
Essas pessoas não sabem exatamente o que as move. Pulam de galho em galho, de ideia em ideia. São intensas no começo, mas raramente chegam até o fim. Falta direção. Falta profundidade. Falta identidade profissional.
E veja bem: isso não torna ninguém pior. Essas pessoas não precisam de julgamento, precisam de ajuda. Precisam de alguém que as traga para a realidade e diga o que precisam ouvir.
Foi o que fiz com ela.
Disse o que vi. O que senti. Disse que talvez o problema não fosse o mundo, nem as portas que não se abriram. Mas sim o fato de que ela ainda não se encontrou com ela mesma. E eu não sou o dono da verdade. Longe disso. Mas em todas as conversas que tenho, em todas as reuniões que participo, eu quero deixar alguma coisa em alguém e levar alguma coisa também. Porque isso, pra mim, é viver em constante aprendizado.
E talvez, só talvez, você ainda não seja realizado porque não parou pra se ouvir de verdade. Porque não sentou consigo mesmo pra perguntar:
O que me move de verdade?
O que me faz seguir, mesmo quando tudo fica difícil?
Em que área da vida eu sou constante e verdadeiro?
No fim da nossa conversa, ela me olhou e disse:
“Junior, hoje eu não consigo te responder nada. Preciso me avaliar. Preciso me encontrar comigo mesma.”
E eu achei isso lindo. Porque foi sincero. O primeiro passo para a constância é assumir a própria inconstância.
Agora eu te pergunto:
Você é inconstante? Volátil? Ou é daqueles que vai até o fim, mesmo que ninguém acredite?
Você confiaria seu negócio a alguém que muda de direção toda semana?
Ou a alguém que permanece, mesmo nas tempestades?
Me responde aí. Com quem você faria negócios? Com o gás que some ou com quem permanece?
É assim que eu penso.
Por Junior Aurélio Vieira de Oliveira
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Fonte: Junior Vieira
Autor: Junior Vieira
Crédito da imagem: Junior Vieira
Repórter: Junior Vieira