Neste dia 10 de dezembro comemoramos os 35 anos de emancipação política de Itaperuçu/Paraná, celebrando muito mais do que uma data no calendário. Hoje, a cidade honra sua essência, seu nome ancestral e a força de um povo que transformou um território de caminhos indígenas em um município vibrante e cheio de identidade. É um aniversário que remete às origens profundas, às histórias de coragem e às mãos que moldaram cada capítulo dessa trajetória.
Itaperuçu nasce do tupi “ita–peruçu”, que significa “caminho de pedra grande”. A expressão carrega o espírito da terra e ecoa a presença das tribos indígenas que percorriam a região, passando por áreas de pinheirais, lagoas de água pura e vastos espaços naturais rumo a Corrian, hoje Itarema. Esta herança nativa não é apenas um símbolo do passado, mas um elo vivo que conecta a cidade à sua ancestralidade e ao respeito pelo território.
Celebrar 35 anos é reconhecer o valor das pessoas que, geração após geração, transformaram o “caminho de pedra grande” em caminhos de oportunidades. Famílias que lavraram o solo, que fundaram comunidades de fé, que ergueram casas e comércios, que chegaram de diferentes origens e se uniram para formar um só povo. Cada morador e cada moradora faz parte desta história, construída com simplicidade, trabalho e um orgulho silencioso que só quem ama esta terra entende.
Também é momento de celebrar a força da própria natureza que, ao longo dos séculos, moldou o cenário onde Itaperuçu floresceu. As planícies cercadas por morros, o verde que acompanha a cidade em todas as direções e a imponência do Morro do Mossunguê, com seus 1.150 metros de altura, fazem parte da identidade visual e emocional do município. É uma terra que inspira, protege e acolhe e que sempre foi generosa com quem escolheu chamá-la de lar.
A história política de Itaperuçu se concretizou com a Lei Estadual nº 9.437, de 10 de dezembro de 1990, e sua instalação oficial em 1º de janeiro de 1993. Porém, o movimento humano no território começou muito antes, e cada marco dessa caminhada ajuda a explicar o orgulho celebrado hoje.
Em 1º de março de 1909, a Estação Ferroviária de Itaperuçu foi inaugurada, trazendo desenvolvimento e conexão com outros centros. A primeira capela, construída por Ângelo Benatto, marcou o fortalecimento da fé e da união entre as famílias locais, sendo um passo importante na formação comunitária.
O extrativismo mineral tornou-se pilar da economia, especialmente a partir de 1942, com a chegada da família Soffiat, que se dedicou à extração e abriu caminho para novas atividades. A agricultura também se consolidou, com destaque para o cultivo de feijão, milho, batata, hortifrutigranjeiros e, mais recentemente, a expansão das plantações de laranja e ponkan. A pecuária se firmou como outro alicerce econômico essencial para o município.
O interior preserva reservas nativas de bracatinga, importante para os tradicionais fornos de produção de cal, além de pinheiros e extensas áreas de pinus, hoje fundamentais para o setor moveleiro. A combinação entre recursos naturais e atividade produtiva sempre foi uma marca do crescimento de Itaperuçu.
Rodeada por morros e guiada por sua história, Itaperuçu chega aos 35 anos celebrando seu passado, seu povo e a força que vem da terra. Uma cidade que cresceu honrando suas origens e que segue avançando, firme, pelo mesmo “caminho de pedra grande” que um dia deu nome à sua história.


Fonte: Mídia Sudoeste
Autor: Dani Barbaro
Crédito da imagem: Mídia Sudoeste
Repórter: Dani Barbaro