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NA ESCOLA EU ERA POETA

05/11/2023 18:51

VILMAR BITENCOURT


Pra chegar ao coração de uma menina, usavamos também o coração como isca. Escrever cartas de amor era meu forte.

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Relembrar um pequeno bilhete de amor escrito lá pelos anos de 1975,77 ou 1978, sei lá. Se chegou ao destino, nunca soube, mas dizer o que sentia eu disse.... Eu percebi que o meu maior erro foi acreditar em suas mentiras, quis acreditar que a nossa história tinha algum valor para você. Mas não, as minhas maiores mágoas vinham de quem eu mais esperava amor. Sempre sonhei em me reconstruir em outro lugar, por isso vesti a minha coragem e voei rumo a uma vida nova em um novo estado. Naquele momento havia decidido te deixar trancado na minha antiga vida, não faria mais parte de mim. Os anos passaram e eu finalmente desapeguei dessa nossa história que mais parecia um vício com efeitos colaterais de pura dor. Aos poucos passei a deixar de sentir a sua falta, fui abandonando as lembranças e parei de tentar arranjar defesa para todas as suas mentiras. Amar você doía muito, e eu não precisava carregar no meu peito essa dor. Você sempre foi meu ponto fraco, mas nos seus jogos eu era uma peça daquelas que você movimentava para onde queria. No fundo eu acho que queria gritar para todos ouvirem o que você me fez passar e tudo que um dia senti por sua causa. A nossa história nunca foi escrita da maneira correta porque só o seu lado era contado, eu tinha medo de encarar a verdade, dizer em alto e bom som que tudo o que vivemos não passou de um conto fajuto de fadas. Nesse momento, percebo o alívio que é respirar sem o peso de amar aquilo que me afunda.



Jornalista