"Será que chove?"

Hoje mesmo, ainda cedo, recebi uma mensagem que me fez refletir bastante e quero compartilhar essa conversa aqui com vocês. Não é a primeira vez que recebo algo parecido, mas cada história carrega sempre um aprendizado.
A Raquel me escreveu. Contou que gostaria muito de trabalhar com internet e, em meio a pensamentos que surgem quando a cabeça não consegue dormir, pensou na ideia de fazer um podcast. Ela mesma reconhece que não é simples, porque envolve investimento, equipamentos, estúdio, mas tem o desejo. Gosta de ouvir, de acompanhar outras pessoas, e percebe que aqui na nossa região ainda há espaço, porque não temos muita gente que faz esse tipo de trabalho. Me confessou que é um pouco envergonhada, mas, quando pega o assunto, como dizem os mais próximos dela, sabe conduzir a conversa, sabe perguntar, sabe ouvir.
Raquel cresceu no interior. O pai dela tem até hoje o comércio da família e foi ali, atrás do balcão, que aprendeu a arte de puxar conversa com quem chegava. Jovens, senhores, senhoras, gente nova, gente experiente, todos sempre tinham algo a dizer. E, naquela época, sem internet, sem rede social, o diálogo era direto, olho no olho. Hoje, já com uma filha pequena e momentaneamente fora do mercado formal de trabalho, ela sonha em transformar essa habilidade em algo maior. A ideia dela é entrevistar pessoas daqui, jovens que fizeram intercâmbio, professores, agricultores, mães, empreendedores, profissionais de diferentes áreas. Já tem até o nome escolhido para o podcast. Achei, inclusive, criativo. Ela pensou em chamar de "Será que chove?", porque era assim que sempre começava as conversas com os clientes no balcão.
Essa história é real. E bonita. Representa o sonho de muitos que hoje têm vontade de entrar para o mundo da comunicação digital. Mas é aqui que começa a parte que poucos gostam de ouvir. Sonhar é maravilhoso, mas transformar o sonho em realidade exige pagar o preço.
Aqui mesmo no Mídia Sudoeste, estamos com uma vaga aberta para editor de jornalismo. Recebemos, com facilidade, mais de doze currículos todos os dias. Alguns candidatos são chamados para entrevista, mas muitos sequer passam da primeira conversa. Antes mesmo de falarmos sobre o trabalho, o compromisso com o conteúdo, a responsabilidade com o público, a maioria já quer saber de horário, salário, folgas e benefícios. Só falta mesmo perguntar quando serão as férias. E eu digo com tranquilidade: isso não acontece só conosco. Empresários de várias áreas relatam exatamente a mesma situação. Há muita gente querendo o reconhecimento, mas quase ninguém disposto a enfrentar o esforço que o reconhecimento exige.
Estamos vivendo um tempo onde romantizaram o sucesso. Venderam a ideia de que basta querer. Como se a vida fosse um tipo de conto de fadas moderno, quase como Alice no País das Maravilhas, em que basta cair no buraco e, magicamente, tudo acontece. Mas a vida real não funciona assim.
Qualquer projeto sólido e profissional exige estudo, preparo, disciplina e muita responsabilidade. Seja um podcast, um portal, uma empresa, ou qualquer outro negócio.
Aqui no Mídia Sudoeste nós sabemos bem o que isso significa. A equipe que hoje o público conhece, respeita e reconhece, chegou até aqui com muito esforço. Cada um carrega sua responsabilidade, seus compromissos e, principalmente, tem clareza do caminho que estamos trilhando. Nada foi construído da noite para o dia. Tudo aqui é pensado com visão de longo prazo.
Hoje lideramos e vamos seguir crescendo. Não porque esperamos facilidades, mas porque todos os dias trabalhamos. Pensamos novos projetos, buscamos aprimorar o que já fazemos, investimos em conhecimento e criamos soluções que fortalecem a comunicação regional. E tudo isso sempre pensando na equipe, nas pessoas e na comunidade que nos acompanha diariamente.
O sonho é bonito. Mas o reconhecimento verdadeiro só chega para quem entende que, antes dele, vem o esforço, o sacrifício e a responsabilidade.
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É assim que eu penso!
