Partículas finas provenientes de incêndios florestais são responsáveis por mais de 100 mil mortes prematuras a cada ano em todo o mundo, segundo o relatório Lancet Countdown 2025. O estudo revela que, embora as concentrações globais dessas partículas não tenham aumentado de forma significativa, o número de pessoas expostas à fumaça tóxica cresceu devido ao aumento populacional, especialmente em regiões mais vulneráveis a incêndios.
Pesquisadores do Instituto Meteorológico Finlandês utilizaram observações de satélite para modelar a dispersão dessas partículas na atmosfera e calcular a quantidade de pessoas expostas a níveis nocivos. O levantamento mostra que o ano de 2024 registrou o maior número de mortes associadas à fumaça, cerca de 154 mil, superando ligeiramente o total de 2023.
Entre os períodos de 2003–2012 e 2015–2024, a mortalidade média global aumentou 9%, com crescimento mais acentuado em países de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), onde o salto foi de 46%. O relatório destaca que esse aumento se deve principalmente à maior exposição da população, e não necessariamente à piora das condições da fumaça. Ainda assim, regiões como o oeste do Canadá e dos Estados Unidos registraram intensificação da atividade de incêndios.
Os pesquisadores alertam que o risco de incêndios tende a crescer regionalmente, influenciado tanto pelas mudanças climáticas quanto pela eficácia das políticas de prevenção e controle.
Além das partículas provenientes da queima vegetal, o relatório também inclui dados sobre a poeira do deserto, modelados pelo sistema SILAM e por instituições como Copernicus, o Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos e a NASA. As análises indicam que o avanço das mudanças climáticas e o crescimento populacional aumentam a exposição à poeira atmosférica, com destaque para as regiões da África e da Ásia.


		    
		        Fonte: Organização Meteorológica Mundial
		        Autor: Dani Barbaro
		        Crédito da imagem: Mídia Sudoeste
		        Repórter: Dani Barbaro