O Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná (HDSPR), antigo São Roque, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), completa 99 anos de fundação. Ao longo dos anos, se consolidou como referência nos tratamentos dermatológico, vascular, de hanseníase e de feridas. A unidade do Governo do Paraná é gerida pela Fundação Estatal de Atenção em Saúde (Funeas) por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Atualmente, a unidade funciona como um ambulatório e realiza cerca de 500 atendimentos por dia. Até setembro deste ano, foram feitos 131.112 atendimentos, entre consultas médicas, estomaterapia, curativos e outros procedimentos. Desde 2021, são 508.393 atendimentos realizados pela unidade que passa por reformas com o objetivo de ampliar a capacidade de atendimento.
O hospital vai abrigar um Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e passará a realizar cirurgias eletivas. Para isso, o Governo do Estado, pela Sesa, realiza um investimento de R$ 39,5 milhões que permitirá aumentar o número de consultórios, de 28 para 54. O espaço também contará com um centro cirúrgico com duas salas, 12 leitos, centro de diagnóstico e oferecerá serviço de oxigenoterapia hiperbárica, que auxilia na cicatrização de feridas complexas e crônicas.
A nova estrutura, que tem previsão de conclusão total em 2027, beneficiará a população de 56 municípios, que hoje é atendida na unidade hospitalar e que integram as Regionais de Saúde de Curitiba, do Litoral, de Ponta Grossa e de União da Vitória.
“É um importante investimento para essa instituição que se aproxima do centenário e foi essencial no passado, durante uma crise sanitária por conta da hanseníase, e segue com sua importância ao realizar mais de 500 mil atendimentos nos últimos anos sem custo para a população”, destacou o secretário de Estado da Saúde em exercício, César Neves.
O HDSPR também realiza mutirões de atendimentos com foco no tratamento de lesões vasculares, especialmente para pacientes com doenças em membros inferiores, e no diagnóstico de lesões suspeitas de câncer de pele.
Desde 2023, a instituição passou a ser uma unidade de ensino ao implantar o Programa de Residência Médica em Dermatologia. Em 2026, ano do centenário da instituição, a primeira turma será formada com foco em dermatologia sanitária.
O Hospital também realiza dois simpósios por ano sobre Hansenologia e Feridas, que atraem a participação de mais de 300 profissionais de todas as regiões do Paraná. Além da realização constante de capacitações dos profissionais de saúde em dermatologia, hanseníase e feridas.
HISTÓRIA: O Hospital São Roque foi fundado em 20 de outubro de 1926 dedicado ao tratamento da “lepra”, como era conhecida a hanseníase. A instituição era mantida pelo Governo do Estado e administrada por uma congregação religiosa da ordem das irmãs franciscanas de São José.
Na época, o País enfrentava uma crise sanitária devido a falta de tratamento para a doença e por políticas de isolamento, como os hospitais colônias e leprosários.
Em razão do isolamento compulsório como forma de conter o avanço da doença, o Hospital se tornou morada para muitos pacientes. A unidade chegou a abrigar 1300 pacientes simultaneamente e funcionava como uma espécie de cidade. No local, havia prefeito, igreja, cinema, correio, cemitério e até uma cadeia, assim como duas áreas de moradia.
Em 1983, quando foram descobertos os mecanismos de controle e cura da hanseníase, a unidade passou a ser gerida pela Secretaria de Estado da Saúde, deixando de ser um hospital colônia e passando a se chamar Hospital de Dermatologia São Roque. Em 1990, recebeu o nome de Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná (HDSP).
MUSEU: Em março de 2020 foi inaugurado o Museu São Roque (Musar), que funciona em um dos prédios históricos do complexo hospitalar. O espaço preserva todo o acervo e a memória do tratamento de hanseníase no antigo São Roque, que foi um dos maiores hospitais colônia do sul do Brasil.
O Musar é o primeiro museu do Paraná que retrata a memória e o avanço do tratamento de hanseníase no Paraná, além da cultura de hospitais colônias para esse fim. Tem por objetivo oportunizar para a população e a comunidade acadêmica o acesso a um rico patrimônio cultural, histórico e de pesquisa sobre saúde pública.


Fonte: AEN
Autor: Saúde
Crédito da imagem: Marcos Colla
Repórter: Dani Barbaro/Thaynara Queiroz