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Miragem

10/02/2024 11:00

PAULO ADEMIR BRAUN


Muito além das bobagens, as miragens nos levam a caminhar.

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Miragem

As utopias ou as miragens nos fazem sonhar, caminhar ou 'viajar'. Os gigantes, moinhos de vento que atraíram Don Quixote, o velhote que se livrou da prisão da razão e se transformou em cavaleiro guerreiro pra conquistar a sua doce Dulceneia ou defender logo ela, a Marcela, sentinela da liberdade, na epopéia dos que ousam sonhar. Só os que ousam sonhar vão além do muro do medo que detém os racionais demais.

A imaginação é um plus da razão. Quem não tem imaginação está condenado a morrer crucificado no muro das lamentações nos porões. Eu que sempre andava atrasado, mas andava... Passando por Angico, RN, vi o pico. Mas na minha imaginação tive a alucinação de visualizar a imagem de um Seio Feminino, veja o desatino! Hoje descobri que O Pico do Cabugi, que em Tupi Guarani quer dizer 'Seio de Moça', já fez parte do imaginário dos povos originários. Mereço perdão. Mas qual foi a minha surpresa esta semana, passando por Córdoba tive a mesma alucinação com uma dupla visão. Ou um plus da razão. Com a idade vamos perdendo virilidade e ganhando em obscenidade. Imagino Oscar Niemeyer e sua imaginação, na hora de desenhar os dois edifício do congresso, se conhecesse os dois seios de Córdoba. A mamata estaria estampada na arquitetura.

Está semana ouvi uma antiga música que retrata os sonhos de infância e o perigo das armadilhas na trilha de quem só tem sonhos, e é obrigado a correr pela chance de sobreviver. Em geral o sonho de criança 'dança' com a realidade( agora de vez em quando ela chora, lembra do sonho passado, se ela soubesse não teria tentado). A música é A  Bailarina, J.M e M. Também ontem descobri uma outra música, No Bojo da Peleia, M.S. mais parece uma estrada que serpenteia a minha caminhada, e o entendimento que o tempo nos carrega ao alforge de quem forjou a vida na lida(A frieza sem rosto das cidades vai desumanizando nossas vidas;  assim a gente perde a identidade! A verdade!  Vira boi no curral das avenidas!). Realismo e poesia na mesma melodia. 

Essa mania que tenho de sonhar pela maioria dos que não tem nem o direito de sonhar. Precisamos lutar pelo direito de sonhar neste lugar melhor que seja a casa de todos nós, e não o lugar dos poucos privilegiados que conseguem transformar o mundo de todos num inferno. Precisamos resgatar essa capacidade inexplicável de ver os mistérios do universo e continuar a poder aplaudir quem consegue resumir a existência em uma experiência musical.





Ademir