O talento humano precisa ser maior que o tecnológico
Quando alguma coisa não sai como a pessoa queria, quase sempre a culpa cai em algo de fora. A desculpa é que não deu tempo, a internet não ajudou, a ferramenta travou, o dia foi corrido demais. A lista é grande. O que quase nunca aparece nela é a palavra responsabilidade
Hoje, logo cedo, numa reunião, a conversa voltou para um tema que me chama muita atenção: como a gente é bom em arrumar desculpa e como é difícil assumir que, no fim, tudo depende das nossas atitudes.
Ao mesmo tempo, a tecnologia está em tudo. Inteligência artificial em todo canto, ferramentas novas surgindo o tempo todo, aplicativos prometendo facilitar a vida em poucos cliques. Mas tem uma verdade que eu não ignoro: não adianta nada ter a melhor ferramenta do mundo se o ser humano que está por trás dela não tiver postura, intenção e atitude.

O talento humano precisa ser maior que o tecnológico.
A inteligência artificial não acorda no seu lugar. Ela não decide por você. Ela não escolhe se você vai ficar reclamando ou se vai levantar e agir. Isso é escolha minha e sua.
A tecnologia aumenta aquilo que a gente já é. Se você é acomodado, ela vira enfeite. Se você é responsável, ela vira combustível. Se você é criativo, ela abre caminho. Se você vive de desculpa, ela só deixa a desculpa mais bonita.
Eu e você somos as cabeças pensantes dessa história. Somos nós que escolhemos o rumo, apertamos o enviar, definimos o que vai ser feito. A inteligência artificial não sente medo, não sente vergonha, não sente pressão e não tem caráter. Quem tem tudo isso, e por isso mesmo pode fazer a diferença, somos nós.
Enquanto algumas pessoas repetem que a máquina vai acabar com tudo e que a inteligência artificial vai tomar o lugar de todo mundo, outras estão usando a mesma tecnologia para crescer, estudar, criar, testar, melhorar o próprio trabalho. A mesma ferramenta que para uns é ameaça, para outros é oportunidade.
Por isso, em vez de olhar para a tela com medo, a gente precisa olhar para dentro e se perguntar: o que eu faço que nenhuma máquina faz do meu jeito? Qual é o meu diferencial? Onde entra o meu olhar, a minha sensibilidade, a minha história?
Ser diferente dos iguais hoje não é só falar bonito sobre futuro e inovação. É ter coragem de parar de culpar o mundo e assumir o próprio papel.
Tem gente que usa a falta de recurso como desculpa para não começar. Tem gente que olha para a mesma falta de recurso e transforma isso em motivo para ser mais criativo. Tem gente que reclama da inteligência artificial. Tem gente que senta, estuda, testa, erra, aprende e volta melhor.
No fim, o que separa um profissional comum de um profissional necessário não é o acesso à tecnologia. É a forma como ele se posiciona diante dela.
Você pode usar a ferramenta para copiar o que todo mundo já faz. Ou pode usar para criar algo que tenha a sua marca, o seu jeito, o seu pensamento. Você pode usar a inteligência artificial como atalho preguiçoso. Ou pode usar para construir algo que, sem ela, talvez levasse anos.
A escolha é nossa.
Quando olho para tudo isso, a sensação que eu tenho é clara: quem insistir em viver de desculpa vai ser engolido. Quem assumir atitude, responsabilidade e autoria vai surfar essa fase.
A inteligência artificial é importante. As ferramentas são importantes. Mas nada disso substitui caráter, compromisso, verdade, presença e olhar humano.
Se eu pudesse deixar um recado bem direto, seria este: não tenha medo da tecnologia. Tenha medo de se acomodar.
Use a inteligência artificial, aprenda com ela, coloque para trabalhar a seu favor. Mas lembre, todos os dias: quem pensa, sente, escolhe e responde pelo resultado não é a máquina. É você.
É ASSIM QUE EU PENSO
Por Junior Aurélio Vieira de Oliveira

Fonte: Junior Vieira
Autor: Junior Aurélio Vieira de Oliveira
Crédito da imagem: Junior Vieira
Repórter: Junior Vieira