O Ministério da Saúde confirmou a compra de 1,8 milhão de doses da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por 75% dos casos de bronquiolite em crianças menores de dois anos. O primeiro lote, com 673 mil doses, começa a ser distribuído aos estados ainda nesta semana, e a vacinação terá início imediato nas redes municipais, com aplicação ao longo de dezembro.
O imunizante passa a integrar o Calendário Nacional de Vacinação da Gestante e será oferecido a partir da 28ª semana de gravidez, em dose única por gestação. O objetivo é proteger recém-nascidos menores de seis meses, faixa etária mais afetada pelas formas graves da doença. A meta é imunizar ao menos 80% das gestantes. Além do lote atual, o Ministério prevê adquirir outras 4,2 milhões de doses até 2027. O investimento total é de R$ 1,17 bilhão.
A oferta pelo SUS só foi possível após um acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório fabricante, garantindo transferência de tecnologia e futura produção nacional da vacina. Segundo o ministro Alexandre Padilha, a nacionalização do imunizante assegura autonomia e continuidade do abastecimento.
O VSR é uma das principais causas de infecções respiratórias em crianças. Em 2025, até 15 de novembro, o Brasil registrou 43,1 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo vírus, sendo 82,5% em menores de dois anos. A vacina demonstrou eficácia de 81,8% na redução de quadros graves nos primeiros três meses de vida, segundo o Estudo Matisse.
As gestantes também serão orientadas a atualizar outras vacinas, como influenza e covid-19, que podem ser aplicadas junto ao imunizante contra o VSR.
Nesta fase inicial, todos os 26 estados e o Distrito Federal receberão parte das 673 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde, garantindo o início da vacinação em todo o país.
A ampliação ocorre em um ano de melhora na cobertura vacinal: 15 das 16 vacinas do calendário nacional registraram aumento em 2025, impulsionadas por mobilizações e pela retomada das estratégias do Programa Nacional de Imunizações (PNI).


Fonte: Ministério da Saúde
Autor: Thaynara Queiroz
Crédito da imagem: João Risi/MS
Repórter: Thaynara Queiroz