O Brasil atingiu a marca histórica de 14,9 mil transplantes no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 21% em relação a 2022. O resultado coloca o país na 3ª posição mundial em volume de procedimentos, atrás apenas de Estados Unidos e China, mas na liderança quando se trata de transplantes custeados integralmente por um sistema público de saúde.
Apesar do avanço, 45% das famílias ainda recusam a doação de órgãos, o que pode limitar o potencial de salvar milhares de vidas. Para enfrentar esse desafio, o Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (25/09) a campanha “Você diz sim, o Brasil inteiro agradece”, acompanhada do Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos (Prodot).
A iniciativa inédita prevê R$ 20 milhões anuais em investimentos, sendo R$ 7,4 milhões destinados diretamente ao Prodot, que irá reconhecer e valorizar equipes hospitalares responsáveis por identificar doadores, realizar a logística e dialogar com as famílias. Pela primeira vez, esses profissionais receberão incentivos financeiros baseados em volume e desempenho, estimulando a qualificação do processo.
Durante o evento no Hospital do Rim, em São Paulo, também foi assinada a portaria que cria a Política Nacional de Doação e Transplantes (PNDT), organizada em diretrizes específicas desde a fundação do sistema, em 1997. Entre os avanços estão a inclusão de novos procedimentos no SUS, como o transplante de intestino delgado e multivisceral, além do uso de membrana amniótica para tratamento de queimaduras graves.
Mais de 80 mil brasileiros aguardam um transplante. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o diálogo com as famílias é decisivo:
“Quando um profissional aborda a família, carrega consigo a segurança e o reconhecimento mundial do nosso sistema. Manifestar à família o desejo de doar é um gesto que pode salvar até quatro vidas e manter viva a memória do ente querido.”
O novo regulamento também amplia o uso de tecnologias como prova cruzada virtual e teste de quimerismo em transplantes de medula óssea, reforçando segurança e agilidade.
Com os investimentos, o Brasil espera não apenas manter a liderança no modelo público de transplantes, mas também reduzir a fila de espera e aumentar a taxa de doações familiares, transformando o “sim” em esperança para milhares de pessoas.


Fonte: Ministério da Saúde
Autor: Dani Barbaro
Crédito da imagem: Mídia Sudoeste
Repórter: Dani Barbaro